Decepcionados, Rafaela e Bruno deixam a disputa na segunda rodada
As lágrimas abundantes ainda no tatame da Arena ExCel deram lugar à certeza de que Rio 2016 é logo aí. Eliminada na segunda rodada da competição judô na categoria peso leve nos Jogos Olímpicos de Londres, Rafaela Silva não fugiu da zona mista, local onde atletas e jornalistas se encontram para entrevistas.
“Não tive tempo de ver a luta. O erro foi meu. Agora é levantar a cabeça e trabalhar para 2016”, resignou-se a jovem atleta de 20 anos, promessa de medalha em Londres depois do vice-campeonato mundial em 2011. “É triste, sei que tinha chance”.
Rafaela estava em vantagem por yuko sobre a húngara Hedvig Karakas quando aplicou um golpe, validado pela arbitragem como wazari. Contudo, no instante seguinte, a mesa técnica chamou o trio de juízes da área para alterar a pontuação, utilizando o auxílio do vídeo replay. Não só Rafaela perdeu o wazari como foi desclassificada por ter segurado nas pernas da adversária, o que é proibido pelas novas regras da Federação Internacional de Judô desde 2009. Aos prantos, Rafaela não conseguia sair do tatame e foi carregada pela treinadora Rosicleia Campos, também chorando muito.
“A Rosi não conseguiu me falar nada depois da luta. Ainda não conversamos”, contou Rafaela, que havia vencido a sua luta de estreia contra a forte americana Myriam Ropper.
Bruno Mendonça, por sua vez, saiu da disputa por medalhas diante do holandês Dex Elmont, que venceu por yuko (duas penalizações). No primeiro combate, passou sem dificuldade por Fred Uwase, de Ruanda, por imobilização aos 54 segundos de luta.
“O holandês ficava na minha frente para impedir meus golpes e os árbitros consideravam tentativa de ataque deles. Não cabe a mim julgar a arbitragem, eu entrei ali para jogar de ippon ou fazer alguma pontuação. Não consegui e lamento ter encerrado assim a minha primeira Olimpíada”, disse Bruno Mendonca.
Manoela Penna, de Londres