Com Luciano Corrêa, Copa Jigoro Kano finda era pré-ranking mundial
O judô competitivo mundial será marcado por mudanças intensas no ano de 2009, com a criação dos Grand Slams e de um ranking classificatório para as Olimpíadas de Londres-2012. A partir desta sexta-feira, Tóquio recebe a tradicional Copa Jigoro Kano, evento que marcará o término de uma era na modalidade antes da tentativa de “modernização” do esporte.
A iniciativa da Federação Internacional de Judô (FIJ) de montar os Grand Slams segue o exemplo do tênis na busca por uma mídia maior para a arte marcial. Eles serão disputados em quatro pólos do judô (França, Rússia, Brasil e Japão) e servirão para contabilizar um ranking mundial em cada categoria. As pontuações finais daqui a três anos e meio servirão para definir os atletas classificados para as Olimpíadas.
As mudanças promovidas pela FIJ não agradaram a todos. Em meio à atual disputa com a entidade máxima do judô, o presidente da União Pan-Americana, Jaime Casanova, publicou novo comunicado contra a Federação Internacional, desta vez criticando a criação do novo ranking.
“A nova classificação olímpica não tem distribuição eqüitativa dos países agrupados por uniões continentais. (…) O sistema proposto é elitista e não se ajusta às realidades técnicas e econômicas de certos países pela participação em torneios majoritariamente organizados na Europa e Ásia”, destacou Casanova no site oficial da UPJ.
Vale lembrar que a União Pan-Americana vive atualmente uma disputa intensa com a FIJ para não ser deposta no início de 2009. A criação de uma entidade continental paralela é encabeçada pelo presidente da CBJ, Paulo Wanderley Teixeira, e conta com o apoio da federação internacional.
Só um brasileiro no Japão
O único representante brasileiro na Copa Jigoro Kano será o atual campeão mundial dos meio-pesados, Luciano Corrêa, que lutará no domingo. Esta é a grande oportunidade para o atleta se redimir após o desempenho de Pequim, quando não mostrou sua melhor forma e, mesmo entre os favoritos antes da competição, ficou longe de conquistar uma medalha.
Outros dois judocas nacionais ainda foram convocados para participar do campeonato na Ásia: João Derly e Ketleyn Quadros. O bicampeão mundial dos meio-leves não viajou para se poupar de uma entorse no joelho esquerdo sofrida no último fim de semana, enquanto a medalhista de bronze em Pequim preferiu defender o Minas Tênis Clube no Grand Prix feminino, em Belo Horizonte.
“É uma pena muito grande não estar no Japão, era um dos meus sonhos, mas já tinha combinado com o clube. Falei que pelo menos o Grand Prix eu ia lutar. O torneio mudou de data três vezes e por conta do acordo tenho que disputar. Se tivesse a oportunidade, gostaria de participar dos dois”, lamentou Ketleyn, lembrando das obrigações com o Minas Tênis.
Felipe Munhoz e Rodrigo Farah
Uol Esporte
