Torneio reúne forças como Japão, França, Geórgia e Coréia. João Derly curte o dia seguinte da medalha de ouro. Brasileiros não avançam no último dia de lutas do Mundial
O Brasil será o representante do continente americano na competição por equipes nesta segunda-feira, dia 12, no Cairo. A equipe foi convidada a participar do torneio, ao lado de Japão, França, Coréia, Geórgia, Argélia, Egito e Oceania. No feminino, Cuba representará a América.
“É uma escolha justa. Temos uma equipe, hoje, do nível das principais do mundo. Vamos como o que temos de melhor”, diz o técnico do time masculino, Luiz Shinohara. Na competição por equipes, há apenas cinco categorias de peso: -66kg, -73kg, -81kg, -90kg e +90kg.
Uma das principais estrelas da equipe, o gaúcho João Derly ainda saboreia a
medalha de ouro conquistada no último sábado, a primeira do Brasil na história dos campeonatos mundiais.
“Continuo tentando entender o que aconteceu”, sorri Derly, que seguiu com sua rotina de entrevistas neste domingo. Mais do que isso: foi sondado pelos georgianos a fazer parte da equipe daquele país na Liga Alemã, em 2006. “É um reconhecimento legal. Todos dizem que o meu judô se parece com o europeu
mesmo… foi um convite dos meus irmãos, digamos”, brinca o brasileiro, que bateu justamente um atleta da Geórgia em seu caminho rumo ao topo do pódio.
Para a competição por equipes desta segunda-feira, Derly não teme ser o alvo
da vez para os adversários. No primeiro combate, os brasileiros enfrentam o Japão. Se vencerem, pegam o vencedor de Geórgia ou Argélia.
“O mais importante já passou. Vou entrar solto para deixar fluir meu judô”, afirma o meio-leve.
O outro medalhista do Brasil neste 24o Mundial, o brasiliense Luciano Correa, bronze no meio-pesado, também está tranqüilo.
“Temos uma equipe forte e dá para chegar bem. Temos que usar da estratégia
para até empatar uma ou outra luta”, diz Luciano.
Tânia Ferreira, por sua vez, será a única brasileira no feminino. A peso leve foi convidada pela equipe da Oceania para completar o time.
“Espero ter tempo para lutar o que não pude no meu dia. Perdi muito rápido. Em segundos, joguei fora todo um trabalho. Agora vai ser diferente”, comenta Tânia.
Neste domingo (11/9), entraram no tatame os atletas dos pesos ligeiro e absoluto. Os cariocas Daniela Polzin (-48kg) e João Gabriel Schilliter (absoluto) foram eliminados na repescagem. Já Priscila Marques (absoluto) e Denílson Lourenço, de São Paulo, perderam a primeira luta.
“Sabia que a luta com o francês seria difícil. Já tinha lutado com ele este ano em Paris. Mas imaginei que ele pudesse ir mais longe e me levar à repescagem”, lamenta Denílson, referindo-se ao fato de, no judô, os atletas que perderam para os semifinalistas terem uma nova chance na repescagem. Denílson foi eliminado por David Larose, por ippon, que, por sua vez, caiu diante do grego Revazi Zintridis.
Priscila Marques perdeu para a holandesa Carol Uilenhoed por yuko. Com a derrota de Uilenhoed para Karina Bryant, Priscila ficou de fora.
“Estava me sentindo muito bem e confiante hoje. Mas a holandesa soube anular meu judô”, disse a judoca.
Daniela Polzin venceu a ucraniana Olga Sukha por wazari. Em seguida, foi derrotada pela coreana do norte Song Pak Ok por ippon. Na repescagem, perdeu
para a portuguesa Ana Hormigo. Já João Gabriel venceu o cubano Oscar Braison
por ippon (imobilização). Na segunda rodada, foi derrotado pelo russo Tamerlan Tmenov. Na repescagem, caiu diante do polonês Janusz Wojnarowicz.


