RELATÓRIO DE PARTICIPAÇÃO DO SEMINÁRIO
Dia 16/07/2011 às 16h.
Local: Hotel Braston em São Paulo/SP
Participante: Reginaldo Arruda.
TEMAS:
• REVELANDO O ESPORTE BRASILEIRO
• DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E PERSPCTIVAS DE RESULTADOS ESPORTIVOS PARA AS OLIMPÍADAS DE 2016.
PALESTRA:
ATLETAS DO FUTURO: A GENÉTICA NO ESPORTE
PALESTRANTE: JOÃO BOSCO PESQUEIRO (UNIFESP)
– O código genético como se sabe é o genótipo do ser vivo. Vamos considerar como se fosse um manual de instrução para a formação do indivíduo.
– Discussão: genética X genômica
– O que se propõe é que se tenha um trabalho de genômica pessoal (personal genomica) para assim desenvolver:
Melhor medicamento para cada pessoa;
Melhor dieta para cada pessoa;
Melhor esporte;
Melhor coméstico;
Predisposição para doenças, e outras.
– É um caminho de futuro (personalização de atividades e treinos).
– Busca de respostas para a pergunta: E o atleta do futuro? Onde estamos? Para onde vamos? Onde queremos chegar? Onde precisamos chegar? Chegar hoje? E amanhã?
São as perguntas pertinentes para que se tenha um projeto de atleta do futuro.
– Afinal a genômica é amiga ou inimiga?
Conceito: é o uso das informações genéticas de um atleta para:
Seleção no esporte;
Ação preventiva de lesões;
Vida útil do atleta;
A sua aderência no esporte.
– alguns países têm usado um projeto genoma humano.
– Performance de cada indivíduo: habilidade inata x efeito ambiente.
– O que vale é o cognitivo (o que vale é o que ele quer ser).
– Habilidade atlética vem do berço?
FATORES GENÉTICOS:
– Função cardiorespiratória;
– Estrutura Muscular;
– Antopometria;
– Habilidade Motora.
– características genéticas: Usar a genética para otimizar a vida útil do atleta, criação de um banco de dados com marcadores de todos os atletas brasileiros.
– Gera muita discussão. Houve relato que na Lituânia houve mapeamento genético na equipe de base e sete atletas conseguiram nível de seleção, foram convocados de uma equipe de 12 atletas, e a seleção daquele País foi vice-campeã mundial na oportunidade.
– nesse momento houve ampla discussão do assunto, principalmente no entrosamento com outras facetas da formação esportiva, principalmente a ética. Constatou-se nesse momento o alto nível dos participantes do seminário. Muitos demonstraram ter conhecimento do assunto com opiniões pessoais. Presentes doutorandos, geneticistas e fisiologistas, e é claro professores, sic.
HENRIQUE GUIMARÃES – Diretor do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa.
O COTP funciona há 35 anos formando atletas de sucesso. Exemplos de atletas que passaram pelo centro: Montanaro do vôlei, Hortência do basquete, e outros.
Disse que o centro é uma ótima ação de formação de atleta, sendo que o objetivo principal anda sendo formar atletas e que necessita direcionar para o treinamento de excelência.
PROFESSOR VANDERLEI MAZZUCHINI –
Confederação Brasileira de Basquetebol.
Voltou a comentar sobre o trabalho genético feito na Lituânia, dizendo que ele dá resultado, porém muita polêmica.
Disse que houve evolução no basquetebol do País e que montou um Centro de Treinamento e implantou um sistema de seleção permanente além de desenvolver uma escola de treinadores, assim como é feito no voleibol.
NEY WILSON PEREIRA –
Coordenador Técnico Internacional da Confederação Brasileira de Judô.
Comentou que a CBJ desenvolveu e otimizou a formação e crescimento das equipes que representam o Brasil nas competições principalmente pela formação de equipes multidisciplinares para atender as seleções.
Disse que hoje a equipe da CBJ conta com 27 profissionais das diversas áreas que atendem a seleção principal. Disse ainda que se interessou muito pelo trabalho do professor Pesqueiro e vai propor o acréscimo de também um profissional da área de genética na confederação.
Ditou o caso do atleta João Derly que sofreu muito para competir nos Jogos pan-americanos de 2003 quando retornou foi submetido a uma bateria de exames e constatou-se que seria melhor subir de categoria para o meio leve até66kg. Na época houve tentativa de intervenção ate do governo do estado do Rio Grande do Sul para que a CBJ não interferisse na decisão do clube, no caso SOGIPA.
Disse que a CBJ tomou outra decisão polêmica quando separou as equipes masculina e feminina na questão de treinamentos no exterior , levando a equipe masculina para treinar na Europa e deixando a equipe feminina treinando na América do sul. A CBJ na época foi acusada de preconceito quanto ao selecionado feminino. Mas o que se viu por conseguinte foi que a equipe feminina cresceu e em seguida conseguiu suas primeiras medalhas inéditas internacionais.
Disse ainda que as equipes de base começaram a participar de eventos internacionais e o que se espera é um desenvolvimento de futuras gerações olímpicas por conta deste novo projeto.
AURÉLIO MIGUEL –
vereador em São Paulo e campeão olímpico.
Abriu a fala dizendo que foi um dos primeiros contra a idéia de olimpíada no Brasil. Disse que era contra porque o Brasil nunca teve um grande planejamento nem sistema de apoio ao esporte como um todo no País.
Criticou o governo dizendo que no Brasil não existe política voltada para o esporte. Citou exemplos do Jogos Pan-americanos no Rio onde muito das estruturas montadas para os jogos hoje se encontram no ostracismo sem beneficiar nenhum atleta.
Falou tudo isso com propriedade e muita calma, e esperançoso de que haja uma grande mudança na questão política voltada para o esporte no Brasil.
PARTE FINAL – perguntas aos palestrantes.
NEY WILSON foi o membro da mesa mais inquirido.
Explicou que no sistema CBJ não há mais a figura do Diretor técnico e sim uma gama de gerencias, figurando da seguinte forma:
– Equipes de Base
– Internacional (alto rendimento com um orçamento anual de 4 milhões de reais, sendo que cerca de 22 atletas tem salário mensal de 03 a 12 mil reais.
– Coordenação de eventos ( copa do mundo e grand slam)
– Judô nacional
– marketing
Perguntado pelo professor Jairo disse que a CBJ busca uma interação melhor da mesma com os eventos de escolares e universitários entrosados com as seleções nacionais. Disse que tem havido diálogo com as instituições que promovem os eventos paralelos aos coordenados pelo sistema FIJ.
Disse também que a pedido do presidente haverá um estudo para implantação de um ranking nacional de todas as classes de idade.
Comentou que muito atleta das categorias de base ainda jovem tem chego muito lesionados na seleção. Comentou que muitos técnicos estragando os atletas para alcançar vitórias a qualquer custo caracterizando um trabalho precipitado que tem preocupado e muito a coordenação da confederação.
A palestra teve encerramento às 18h40.
Agradeço a oportunidade e apoio da FEDERAÇÃO DE JUDÔ DE MATO GROSSO DO SUL para que tenha participado de mais este evento de nível nacional.
Creio que foi de grande valia pessoal a minha participação.
Importante também para o Mato Grosso do Sul que esteve presente em mais um evento promovido pelo Judô nacional.
Valeu César.
Reginaldo Arruda – Diretor de eventos da FJMS.
Em 22 de julho de 2011.