Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos atenderá 10 modalidades, entre elas o judô
O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) está em fase final da formatação do projeto de criação do Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos (CODT), a ser desenvolvido nas instalações do Velódromo do Rio e do Parque Aquático Maria Lenk. Em um primeiro momento o Centro atenderá a 10 modalidades: natação, judô, taekwondo, lutas, levantamento de peso, saltos ornamentais, ciclismo, nado sincronizado, tênis de mesa e badminton. O objetivo é contemplar também a inclusão de alguns esportes paraolímpicos, a serem definidos com o apoio do Comitê Paraolímpico Brasileiro. O COB pretende implementar também um Laboratório de Ciência do Esporte no local.
A implantação e a manutenção do CODT custarão aproximadamente R$ 14 milhões. O COB aguarda a aprovação por parte do Ministério do Esporte do projeto que contempla a captação desses recursos através da Lei de incentivos Fiscais ao Esporte. Mesmo antes da aprovação, o COB já conversa com empresas que se mostraram interessadas em investir no CODT. “O Centro terá como objetivo promover a descoberta de talentos e antecipar a formação do atleta, oferecendo ampla e moderna infra-estrutura de treinamento, além de promover também a inserção social de milhares de jovens e o fortalecimento da cidadania”, explica o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.
O público alvo do projeto são crianças e jovens entre 12 e 17 anos já iniciados nas modalidades e que demonstrarem aptidão para o esporte, mas que não tenham acesso às condições ideais de treinamento para o desenvolvimento de seu talento. O objetivo é atender a cerca de 2 mil atletas no primeiro ano de funcionamento. “Vamos identificar atletas talentosos e com potencial para a prática esportiva, além de avaliar e desenvolver atletas combinando recursos técnicos com os conhecimentos das ciências esportivas”, afirma Agberto Guimarães, gerente-geral de fomento e desenvolvimento do COB, que está à frente do CODT. “Este projeto visa a diminuir a distância entre a identificação de um jovem talento e a sua transformação em atleta de competição”, ressalta Agberto.
O projeto do Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos baseia-se em modelos utilizados em países como Estados Unidos, Austrália, Alemanha e Espanha que dispõem de programas voltados para a captação, descoberta e aprimoramento de jovens talentos esportivos, garantido a continuidade da prática esportiva e, sobretudo, reforçando o valor do esporte como formador de atletas e jovens cidadãos. Os atletas serão selecionados através de convênios com as Confederações Brasileiras Olímpicas e Federações Estaduais, com projetos sociais e Vilas Olímpicas da Prefeitura e do Governo do Rio. “Podemos realizar grandes peneiras para cada uma das modalidades atendidas no Centro”, sugere Agberto.
Além das atividades de aperfeiçoamento e treinamento em cada modalidade, também estão previstas as seguintes atividades de apoio à formação dos jovens: informática, estudo de idiomas, orientação e acompanhamento pedagógico, apoio escolar, atendimento à família, fisioterapia, psicologia, clínica médica, dentista e nutricionista.
Outro objetivo de utilização do Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos, conjuntamente às avaliações e treinamentos dos atletas, será permitir a organização e fomento de uma série de atividades de desenvolvimento de Recursos Humanos, tais como cursos técnicos, palestras, seminários e demais atividades, com vistas ao aproveitamento da estrutura, das condições e do ambiente de aprendizado envolvendo treinadores, preparadores físicos, gestores esportivos, oficiais técnicos e demais profissionais envolvidos com as ciências do esporte.
O Parque Aquático Maria Lenk e o Velódromo do Rio estão sob a responsabilidade do COB desde março de 2008, quando a Prefeitura do Rio cedeu as instalações por um período de 20 anos. Enquanto a Ernst & Young desenvolve um modelo de gestão para as instalações, o COB está apresentando a ideia do Centro de Desenvolvimento de Talentos a algumas empresas, para ser contemplado pela Lei de Incentivos Fiscais ao Esporte. “Uma operação deste porte, envolvendo tantas modalidades, não pode ser feita sem um estudo prévio detalhado de utilização das instalações. Estamos trabalhando junto a profissionais especializados e às próprias Confederações para poder oferecer um serviço inovador para o movimento olímpico brasileiro e toda a comunidade esportiva do Brasil”, afirma Agberto Guimarães.
Desde que o COB assumiu a gestão das instalações foram realizadas duas competições no Parque Aquático Maria Lenk e oito no Velódromo, de ciclismo e de patinação velocidade. O Velódromo do Rio, o mais moderno da América Latina, é utilizado regularmente por ciclistas da Federação do Rio e por patinadores.