Federação de Judô de Mato Grosso do Sul

CBJ TRAÇA META PARA 2016: liderar o quadro de medalhas

Histórico em Londres, judô traça meta para 2016: liderar quadro de medalhas

Após ouro feminino e recorde de medalhas em uma edição olímpica, CBJ já fala em objetivo ambicioso para Jogos do Rio: ser maior potência do esporte
Antes mesmo de as Olimpíadas 2012 começarem, o judô brasileiro já fazia história ao classificar pela primeira vez atletas em todas as 14 categorias de peso – masculino e feminino. Com dois judocas como os melhores do mundo (Leandro Guilheiro e Mayra Aguiar), a confiança estava reforçada, e metas foram traçadas pela Confederação Brasileira de Judô. Sarah Menezes fez questão de bater duas delas, de uma vez só, e ainda foi além. A piauiense chegou a uma final no feminino (meta 1) e conquistou o ouro (meta 2). Com isso, ela também se tornou a primeira judoca brasileira a ser campeã olímpica.
montagem, Sarah Menezes, Felipe Kitadai, Mayra Aguiar, Rafael Silva (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)Sarah (ouro), Kitadai, Mayra e Baby: as quatro medalhas do judô em Londres (Foto: Editoria de arte/Ge.com)

Os bronzes de Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva garantiram o objetivo que faltava: conquistar quatro medalhas e bater o recorde de pódios em uma edição dos Jogos. De quebra, o judô ainda superou a vela como esporte com o maior número de pódios em Olimpíadas. Agora são 19 dos atletas de quimono, contra 16 dos velejadores (até o momento). O sucesso em Londres foi comemorado pela comissão técnica, mas as lutas nem bem terminaram e o foco já se virou para os Jogos do Rio, daqui a quatro anos. Novas metas, dessa vez ainda mais ambiciosas, foram traçadas para 2016. A finalidade é que o Brasil seja líder no quadro geral de medalhas no esporte.
Tagir Khaibulaev Vladimir Putin judô londres (Foto: AFP)Presidente russo, Putin comemora ouro de Tagir
Khaibulaev (100kg) – um dos três do país (Foto: AFP)

No entanto, a tarefa não será fácil. Em Londres, o país ficou apenas na sexta colocação, com um ouro e três bronzes. Atrás de Rússia (1º), França (2º), Coreia do Sul (3º), Japão (4º) e Cuba (5º). Depois de ficar sem pódios em Pequim, a Rússia foi a grande surpresa, levando para casa três ouros, uma prata e um bronze. Apesar disso, o coordenador-técnico da seleção brasileira se mostrou confiante com o futuro do judô verde e amarelo.

– Essa geração merecia uma medalha de ouro, merecia sobrepor todos os resultados já alcançados. Pelo talento, empenho, comprometimento e cumplicidade com a comissão técnica. Essa geração vai contribuir para as que estão chegando. As quatro medalhas saíram de atletas bem jovens, isso dá a garantia de grandes perspectivas em 2016. O objetivo do Brasil é chegar em primeiro no quadro de medalhas do judô. Tenho certeza de que vamos trabalhar não para ter um bom resultado, mas para ser a maior potência do judô mundial – prometeu o dirigente.

Dos 14 judocas do Brasil que pisaram no tatame do Complexo Excel, nove eram estreantes. A mescla de atletas experientes, como Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, donos de duas medalhas olímpicas cada um, foi um fator fundamental para o bom desempenho da equipe, ressaltou Ney Wilson, que já vê novas caras para o próximo ciclo.

– Sempre há uma renovação de pelo menos 50% da equipe. A experiência dos medalhistas em Pequim foi muito importante para os resultados desses atletas que conquistaram essas medalhas aqui. Eles deram o ponto de equilíbrio para chegar a esses resultados. Foi extremamente importante dentro desse momento que a gente estava vivendo nos bastidores.

As campanhas em Londres

Abrindo o primeiro dia de lutas, os ligeiros fizeram bonito no último sábado. Kitadai (60kg) conquistou a primeira medalha do Brasil em Londres e, logo em seguida, Sarah Menezes (48kg) fez história ao ganhar o ouro – depois de 20 anos do último título olímpico do país no judô. A impressão era de que a meta de quatro medalhas seria batida facilmente.
judô Sarah Menezes final olímpica medalha de ouro (Foto: Agência Reuters)Piauiense Sarah Menezes se torna a primeira judoca brasileira campeã olímpica (Foto: Agência Reuters)

Mas a história não foi bem essa, e os quatro dias seguintes foram de angústia e frustração. Os meio-leves Érika Miranda (52kg) e Leandro Cunha (66kg) não passaram da primeira luta. No terceiro dia, Bruno Mendonça (73kg) e Rafaela Silva (57kg) estrearam bem, mas caíram nas oitavas, com Rafaela sendo desclassificada por um golpe proibido.
judô leandro guilheiro londres 2012 (Foto: Agência AFP)Após dois bronzes, favorito Guilheiro fica fora do
pódio olímpico pela primeira vez (Foto: Agência AFP)

A maior esperança de medalha subiu no tatame na terça-feira. Número 1 do peso-meio-médio, Leandro Guilheiro (81kg) era favorito ao ouro, mas não conseguiu sequer ir ao pódio. Com a derrota nas quartas, foi para a repescagem e perdeu a disputa do bronze. Tiago Camilo (90kg) até chegou às semifinais, mas foi derrotado na briga pelo pódio. Mariana Silva (63kg) e Maria Portela (70kg) ficaram pelo caminho ainda na primeira luta.

Na quinta, penúltimo dia de lutas, foi a vez de outra favorita competir. Mayra Aguiar, líder do ranking meio-pesado, não resistiu a americana Kayla Harrison, que terminou com o ouro. A brasileira se recuperou da derrota e garantiu o bronze. Luciano Corrêa (100kg) foi eliminado nas oitavas.

Com três medalhas e a meta de quatro pódios ameaçada, Maria Suelen e Rafael Silva eram as últimas esperanças do Brasil. Os dois pesados avançaram, tropeçaram e tiveram que brigar pelo terceiro lugar. Suelen (+78kg) foi a primeira a cair, terminando em quinto lugar. O peso do trabalho do último ciclo olímpico ficou sobre as costas de Rafael Silva (+100kg). E Baby não decepcionou. Venceu o sul-coreano Sung-Min Kim, segurou o bronze e garantiu a melhor campanha do judô brasileiro em Jogos Olímpicos.
Pódio judô Gemma Gibbons Kayla Harrison Mayra Aguiar Audrey Tcheumeo londres 2012 (Foto: Agência AFP)Mayra divide o pódio com Harrisson (ouro), Gibbons (prata) e Tcheumeo (bronze) (Foto: Agência AFP)

O objetivo estabelecido pela CBJ no início do ano foi alcançado, mas parece não ter sido o bastante para a técnica da seleção feminina, Rosicléia Campos. Satisfeita com sua equipe, ela lamentou alguns resultados que poderiam ter rendido outras medalhas e lembrou do trabalho feito nos Jogos de 2008, que rendeu a primeira medalha de uma mulher brasileira em um esporte individual.

– Acho que o balanço foi muito bom, mas sinceramente, como treinadora, esperava mais. Eu sempre quero mais, meu perfil é esse. E tenho certeza de que elas poderiam ter ido melhor. Se a Rafaela Silva não tivesse sido desclassificada… Tinha certeza de que a Suelen ganharia dessa japonesa. Estou orgulhosa da equipe como um todo. Quando a Keytlen Quadros ganhou a medalha em Pequim (bronze em 2008), disse que poderia morrer feliz. Ainda bem que não morri, para poder ver uma medalha de ouro do feminino – brincou.

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