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Média de medalhas olímpicas do Brasil triplicou com a Lei Agnelo/Piva

Média de medalhas olímpicas do Brasil triplicou com a Lei Agnelo/Piva
Texto: COB

A média de medalhas olímpicas conquistadas pelo Brasil a partir da aplicação dos recursos da Lei Agnelo/Piva praticamente triplicou nos dois últimos Jogos Olímpicos. A informação foi apresentada pelo Comitê Olímpico Brasileiro nesta terça-feira, dia 2, durante audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado, em Brasília. O COB foi representado pelo presidente Carlos Arthur Nuzman e pelo superintendente executivo de esportes Marcus Vinícius Freire. Também participaram da audiência o secretário nacional de alto rendimento Djan Madruga, o técnico da Seleção Masculina de Vôlei Bernardinho e a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, entre outros. “O início de tudo está na Educação Física nas escolas, que precisam de instalações esportivas adequadas. Esta é a base de tudo. Sem isso, todo o trabalho posterior de desenvolvimento do esporte fica prejudicado. O COB está à disposição desta Comissão para realizar um trabalho conjunto em prol do esporte”, afirmou Nuzman ao presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

De acordo com o COB, em 15 participações em Jogos Olímpicos (1920 a 2000) o Brasil conquistou um total de 66 medalhas, sendo 12 de ouro, 19 de prata e 35 de bronze, média de 4,40 medalhas em cada edição dos Jogos. Em apenas duas edições (Atenas 2004 e Pequim 2008) com os recursos da Lei Agnelo/Piva, o Brasil conquistou 25 medalhas, sendo 8 de ouro, 6 de prata e 11 de bronze, média de 12,50 em cada edição. Somente nas medalhas de ouro a média quintuplicou, passando de 0,80 em 15 edições para 4 medalhas em duas. “Esses resultados comprovam a evolução do esporte olímpico brasileiro a partir da Lei Agnelo/Piva e a responsabilidade com que o COB e as Confederações Brasileiras Olímpicas vêm aplicando esses recursos”, afirmou o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Na análise da participação brasileira em Pequim 2008 foi apresentado aos senadores um estudo comparativo entre o orçamento do COB com o de outros países de ponta no esporte. No ciclo olímpico para Pequim (2005 a 2008) o COB aplicou em suas atividades e nos programas das Confederações Brasileiras Olímpicas um total de R$ 288 milhões (cerca de US$ 133 milhões no quadriênio) oriundos dos recursos da Lei Agnelo/Piva e com a devida prestação de contas ao Tribunal de Contas da União e à Controladoria Geral da União. No mesmo período, a Austrália aplicou US$ 550 milhões no esporte, contra US$ 1 bilhão da Grã-Bretanha, US$ 1,2 bilhão da Alemanha e US$ 2 bilhões da China. “Mesmo com recursos muito inferiores a esses países, que há muito mais tempo investem pesadamente no esporte, o Brasil vem apresentando resultados expressivos nos últimos anos. Mas vale ressaltar que os investimentos em um determinado ciclo não visam apenas a participação nos Jogos Olímpicos. Há todo um trabalho nas categorias de base que é importantíssimo para o longo prazo, mas que não costuma ser contabilizado na análise de resultados nos Jogos Olímpicos. Além disso, nos últimos quatro anos tivemos conquistas de títulos mundiais em diversas modalidades, como judô, taekwondo, ginástica artística, vela e vôlei, entre outros. Portanto, não faz sentido se dividir o valor investido no esporte pela quantidade de medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos. É uma conta que não existe no esporte”, afirmou Nuzman.

Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes do COB, apontou algumas diferenças de estratégia entre alguns países. “A Grã-Bretanha levou a Pequim apenas o hóquei sobre a grama como esporte coletivo. Já países como Jamaica, Etiópia e Quênia investem os recursos apenas no atletismo. Este é um modelo que não nos interessa. O Brasil tem por tradição investir em todas as modalidades”, explicou.

Na audiência no Senado, o COB apresentou o avanço do esporte olímpico brasileiro nos últimos Jogos Olímpicos. A delegação brasileira já chegou a Pequim estabelecendo recordes, com um total de 277 atletas (o recorde anterior havia sido em Atenas 2004, com 245) e a participação em 32 modalidades esportivas (em Atenas foram 28). Das 15 medalhas conquistadas (3 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze), seis foram inéditas, o que comprova a qualidade da preparação nos últimos quatro anos com os recursos da Lei Agnelo/Piva. Além disso, o país participou de 41 finais, um aumento de 36% em relação a Atenas 2004 e de 86% em relação a Sydney 2000. Na disputa direta pela medalha de ouro foram 31 contra 17 em Atenas, aumento de 82,35%. Nos esportes coletivos o Brasil ficou na terceira colocação geral, atrás apenas dos EUA e da Holanda.

As três medalhas de ouro foram inéditas. O velocista César Cielo obteve a primeira medalha de ouro de um atleta brasileiro na natação (50m livre) e ainda bateu o recorde olímpico três vezes nas eliminatórias da prova e na final. No salto em distância, Maurren Maggi alcançou a marca de 7,04m e ficou um centímetro à frente da segunda colocada. Foi a primeira medalha de ouro olímpica individual das mulheres. Depois das medalhas de bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000, a Seleção Feminina de Vôlei conquistou a medalha de ouro após vencer os Estados Unidos na final por 3 sets a 1.

Fernanda Oliveira e Isabel Swan, da classe 470 da vela, foram as primeiras velejadoras do Brasil a conquistar medalhas olímpicas. A judoca Ketleyn Quadros tornou-se a primeira medalhista olímpica individual feminina do esporte brasileiro com a conquista do bronze na categoria leve. Natália Falavigna levou o taekwondo à sua primeira medalha na história dos Jogos Olímpicos.

Dos 277 atletas da delegação, 75 conquistaram medalhas (27%), sendo que 108 (39%) disputaram finais. A equipe feminina de ginástica artística chegou à final pela primeira vez na história dos Jogos. Pequim 2008 marcou também a primeira participação do Brasil na luta livre feminina (Rosangela Conceição), na canoa (Nivalter Santos) e na canoagem slalom feminina (Poliana de Paula). “São resultados tão importantes quanto as medalhas conquistadas, pois comprovam a evolução do esporte brasileiro em diversas modalidades”, ressaltou Marcus Vinícius.

A análise apresentada pelo COB na Comissão do Senado faz algumas conclusões. A conquista de medalhas está cada vez mais difícil. Em Atenas, 74 países conquistaram medalhas, contra 87 em Pequim 2008, que estabeleceu a quebra de 128 recordes olímpicos e 42 recordes mundiais. Os países mais desenvolvidos do mundo também são os que mais ganham medalhas em Jogos Olímpicos. Dos 10 primeiros países no quadro de medalhas, oito fazem parte do G-8 e oito estão entre os 30 primeiros no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“Conquistar uma medalha olímpica está cada vez mais difícil. Mesmo assim, estamos acelerando o ritmo de crescimento neste novo ciclo olímpico até 2012. O COB está investindo no aprimoramento da gestão profissional no esporte tendo como foco as melhores condições para os atletas e comissões técnicas”, finalizou Nuzman.

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