O “renascimento” de uma categoria

Mayra Aguiar passou por ippon pela cubana Yalennis Castillo na final do Campeonato Pan-Americano em Miami e colocou o peso médio em primeiro lugar no ranking pan-americano de classificação olímpica. A categoria havia ficado de fora dos Jogos Olímpicos de Sydney 2000 e Atenas 2004. Nos Jogos Pan-Americanos de 2003, o peso sequer ganhou medalha.

“Eu ficava especialmente triste com isso porque fui aos Jogos de Atlanta justamente no médio. Quando vi a Mayra lutando pela primeira vez sabia que ela tinha potencial para fazer a categoria brilhar”, comenta a treinadora da seleção brasileira feminina, Rosicléia Campos.

O segredo para o sucesso em quatro anos é simples: renovação.

“A Mayra é fruto do pensamento da Confederação Brasileira de Judô em investir nas categorias de base e massificar o judô feminino. Ela ganhou medalha no Mundial Júnior, em 2006, quando ainda tinha idade de juvenil. E agora já uma atleta observada pelas principais adversárias internacionais”, comenta Rosicléia.

Mayra, de 16 anos, treina na Sogipa, em Porto Alegre, ao lado dos campeões mundiais João Derly e Tiago Camilo. O sucesso precoce (ouro na Copa do Mundo de Varsóvia 2008, prata nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e ouro no Pan Sênior) não é surpresa para a jovem gaúcha.

“O objetivo é vencer sempre. Por isso treino forte todo dia. As viagens à Europa me deram maturidade e hoje conheço melhor minhas adversárias. Se eu dissesse que vou a Pequim apenas para participar preferiria ficar em casa. Vou em busca de subir ao pódio, mas sem pressão. Sou muito nova e sei que há muito pela frente ainda”, afirma Mayra.