Brasil vence a Copa do Mundo de BH
Nesta segunda-feira os ouros foram de Erika Miranda, Leandro Guilheiro, Flávio Canto e Luciano Correa
O equilibrio foi o tom da primeira edição da Copa do Mundo realizada no Brasil, encerrada na noite desta segunda-feira (7/5), em Belo Horizonte-MG. Diante de um excelente público no Chevrolet Hall, o Brasil conquistou mais quatro medalhas de ouro, quatro pratas e sete bronzes. Com isso, o país termina a participação no evento como campeão geral. Cubanos terminam em segundo com 12.
Numa disputa dura com o também brasileiro Pedro Guedes, Leandro Guilheiro acabou levanto a melhor nos últimos momentos da luta e ficou com o ouro na categoria leve. Para ele, a capital mineira trás boas lembranças.
“Belo Horizonte está sempre no meu caminho por um objetivo maior. Minha caminhada até os Jogos de Atenas começou aqui, quando ganhei uma edição do Troféu Brasil. Espero que seja um sinal”, afirmou Leandro Guilheiro, bronze em Atenas 2004.
Erika Miranda, que compete pelo Minas Tênis Clube, levou o público mineiro ao delírio com uma vitória sobre a cubana Sheila Espinosa. A judoca acredita que se for escolhida para disputar os Jogos Pan-Americanos, pode reeditar a luta de hoje numa final.
“Foi uma final antecipada do Pan. Ela é uma excelente lutadora, mas eu estou bem treinada e consegui uma vitória importantíssima para a minha caminhada rumo aos Jogos. Tem muito mais sabor vencer em casa, com a torcida apoiando”, diz Erika Miranda.
O terceiro ouro brasileiro do dia veio numa das lutas mais rápidas da competição. Contra o cubano Rubert Martinez, Flávio Canto não precisou de mais de 20 segundos para garantir o lutar mais alto no pódio. A luta foi uma reedição da final dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003.
“Agora é pensar nos Jogos Pan-Americanos, o nível estava muito bom e essa definição que a CBJ chegou foi ótima para este momento do judô brasileiro”, disse Flávio, que depois completou: “Tenho certeza que o Tiago Camilo fará um bom papel no Pan, inclusive estou patrocinando o regime de engorda dele”, brincou Canto.
No meio-leve masculino, onde o Brasil tem uma disputa acirrada entre o campeão mundial João Derly e o campeão pan-americano Leandro Cunha, o equilibrio permanece. Nesta segunda-feira os dois garantiram a medalha de bronze na Copa do Mundo do Brasil e seguem empatados no processo seletivo para os Jogos Pan-Americanos.
“Acho que fui prejudicado na semifinal contro o Yordanis Arencibia, mas, acontece. Estou triste, pois queria ganhar o ouro em casa. Mas, acredito que a decisão da comissão técnica para a formação da equipe dos Jogos Pan-Americanos será a melhor possível, pois o nosso treinador, o Luiz Shinohara, entende muito de judô”, declarou Derly.
Leandro Cunha também deposita as esperanças nos critérios adotados pela comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô.
“Cada um tem sua opinião, mas acho que fiz uma boa campanha. Estou confiante que a decisão da comissão técnica será a melhor para o Brasil. O João é um grande atleta e estou sempre acostumado a ter sempre um grande campeão na minha categoria. Foi assim na seletiva para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, quando tinha o Henrique Guimarães, e desta vez tenho pela frente o atual campeão do Mundo”, ressalta Leandro Cunha.
A última luta do evento reuniu o maior classico do judô feminino pan-americano: a brasileira Edinanci Silva contra a cubana Yurisel Laborde, três vezes medalhista olímpica. A cubana acabou vencendo a luta no golden score (desempate).
“A luta com a Edinanci é sempre dura e espero que essa seja a final dos Jogos Pan-Americanos. Se isso acontecer, podem ter certeza de que será uma das melhores lutas da competição. A Copa do Mundo do Brasil foi muito organizada e estou satisfeita com o resultado”, afirma Yurisel Laborde.