Federação de Judô de Mato Grosso do Sul

BRASIL VENCE A FRANÇA NA FINAL DO DESAFIO INTERNACIONAL

Seleção em festa com vitória sobre a França na final

O Brasil comemorou neste domingo (19/3) o título no Desafio Internacional de Judô, competição por equipes que reuniu as seleções de Brasil, Argentina, Cuba, França, República Dominicana e Seleção Mineira. A seleção passou pelo forte time francês por 3 a 1 na decisão. No total, em 20 combates, o Brasil venceu 14, empatou quatro e perdeu apenas dois. Cuba, a quem o Brasil vencera na véspera na semifinal por 3 a 0, ficou com o bronze. Os cubanos derrotaram Minas Gerais por 4 a 1.

“Foi uma prévia do que o Brasil pode fazer no Mundial por Equipes. Tentei a vitória por ippon mas a luta contra o francês acabou mais equilibrada do que eu esperava”, disse João Derly, que fez o ponto decisivo ao bater por koka (shido) o francês Christophe Besnard, até então invicto na competição, tendo vencido até então suas três lutas por ippon. Depois do Campeonato Mundial do Cairo no individual, o Brasil ficou com a medalha de bronze no Torneio Internacional por Equipes, vencido por Coréia, com Japão em segundo.

Hugo Pessanha, de apenas 19 anos, venceu o campeão mundial de 2001 e bronze em Sydney 2000, Frédéric Demontfaucon. Vitória que deu confiança à jovem promessa do peso médio brasileiro.

“Quando a gente vence um atleta que já foi campeão mundial, podemos nos considerar no mesmo nível dele. Comecei um pouco nervoso por ser minha primeira participação como atleta da seleção sênior dentro do Brasil. Mas a vitória me deu confiança”, afirmou Pessanha, que na seletiva nacional batera Carlos Honorato por ippon, em janeiro.

Flávio Canto, companheiro de clube de Hugo Pessanha, foi só elogios.
“Ele foi fantástico. Fez um ponto importantíssimo e mais uma vez mostrou que tem estrela”, elogiou Canto, que estava emocionado ao fim da competição. “Foi um evento sensacional e importante para o judô brasileiro. Mostramos nossa força como equipe. Fico muito feliz por ter visto tantas crianças na torcida. Sou suspeito para falar dos valores do judô. Foi uma alegria muito grande tudo o que aconteceu”, disse o judoca carioca, que fez parte do time brasileiro vice-campeão mundial por equipes na Bielorussia, em 1998.

Os franceses, impressionados com o público de duas mil pessoas que encheu o ginásio do Minas Tênis Clube, destacaram o alto nível da competição e a importância do Desafio na preparação para o Mundial por Equipes de setembro próximo, em Paris.

“Já estamos prevenidos quanto à força do Brasil para o Mundial em Paris. Espero que lá a história seja diferente. Uma final Brasil contra França não seria mal”, disse Daniel Fernandes, que empatou com Leandro Guilheiro na última luta da série. “Foi bom reencontra-lo em uma competição sem tanta pressão como nos Jogos Olímipicos. O judô de Leandro é muito bonito e foi realmente um prazer lutar com ele”, completou o vice-campeão mundial de 2003.

O cubano Yordanis Yordanis Arencibia também destacou a torcida mineira. Na disputa da medalha de bronze entre Cuba e Minas Gerais (4 a 1 para a Cuba), os torcedores deram um show à parte, cantando, pulando e incentivando os atletas locais.

“A torcida brasileira provou que está bem ensaiada para o Pan de 2007”, elogiou o meio-leve, bronze nos campeonatos mundiais de 1999, 2001 e 2003 e nos Jogos Olímpicos de 2004. “Esse tipo de competição e treinamento é muito importante para Cuba. Hoje, as seleções de Brasil e Cuba estão muito equilibradas. Espero que no futuro outras equipes se juntem a nós nesse alto nível”, completou o cubano de 25 anos, que empatou sua luta com o brasileiro João Derly ainda na fase classificatória da competição.

Já o peso leve Pedro Guedes, autor do único ponto de Minas Gerais no confronto contra Cuba, na semifinal, ressaltou a força do time mineiro, que fez bons combates contra algumas seleções de alto nível, como Brasil e Cuba.

“Somos uma equipe formada quase que exclusivamente por atletas do Minas Tênis Clube e fizemos bons combates contra seleções fortes. Isso prova o valor do judô brasileiro como um todo. Quase conseguimos uma melhor sorte na semifinal contra Cuba. O Luciano sofreu um acidente na luta e perdemos um ponto que não esperávamos perder. Mas valeu muito para nossa equipe participar da competição”, disse Pedro Guedes, de 25 anos, que venceu por yuko o cubano Ronal Sago.

O campeão olímpico Aurélio Miguel, que esteve em Belo Horizonte para assistir ao Desafio Internacional, falou da importância da realização de uma competição como essa, no Brasil, reunindo equipes de alto nível como França e Cuba.

“É uma oportunidade de aproximar o judô do grande público e uma chance de os atletas testarem nos últimos treinamentos. É uma fórmula que é um sucesso. O vôlei fez muito isso na década de 90 e provou que funciona. Nunca se divulgou tanto o esporte no Brasil e é o sonho, inclusive o meu, ver um ginásio lotado para assistir o judô faltando cerca de um ano para o Pan de 2007”, comentou Aurélio Miguel, que além do ouro em Seul 1988, tem no currículo mais um bronze em Atlanta 96 e um bronze (Essen 1987) e duas pratas (Hamilton 1993 e Paris 1997) em Mundiais de judô.

Outra presença ilustre na platéia é a de Chiaki Ishii, dono das primeiras medalhas brasileiras em Olimpíadas (bronze Munique 72) e em campeonatos mundiais (bronze em Ludwigshafen 1971).

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