Federação de Judô de Mato Grosso do Sul

PSICOLOGIA – SELEÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ

Psicologia

O trabalho psicológico na Seleção Brasileira de Judô
Por Adriana Lacerda – Psicóloga da Seleção Brasileira de Judô

A demanda cada vez maior do ambiente competitivo em alcançar metas e superar performances torna a inserção do psicólogo desportivo nesta área indiscutível. Percebe-se, atualmente, que a preparação psicológica do atleta adquire importância tanto quanto a preparação física, técnica e/ou tática. Muitas vezes, o estado emocional torna-se o diferencial na obtenção do desempenho esperado. Tal exigência, presente no esporte individual ou coletivo, principalmente o de alto rendimento, implica numa tentativa de controle das variáveis que interferem no desempenho esportivo. Sejam elas físicas, sociais, ambientais, técnicas ou psicológicas. O profissional necessita de um conhecimento profundo relacionado às questões presentes no universo do atleta este também deve ser baseado nas Ciências do Esporte e do Exercício. Este corpo de conhecimento deve ter um caráter integral já que, o esporte e as ações esportivas possuem regras próprias, estruturas e princípios específicos. Nos últimos anos potências mundias do cenário esportivo entre modalidades como vôlei, futebol, judô, basquete, tênis e outras têm recorrido à preparação mental tendo em vista o reconhecimento de sua importância. O objetivo do trabalho psicológico junto à Seleção Brasileira de Judô é o de otimizar os resultados na performance analisando e transformando os determinantes psíquicos que venham a interferir no rendimento do atleta e também da equipe da equipe.

“Assim como o judô pode ser considerado como uma filosofia cultivadora do sentido e do estado de equilíbrio, a psicologia pretende cercear todos os aspectos relativos a vida esportiva do atleta pertinentes ao seu estado emocional também em prol de um equilíbrio interno”. (Adriana Lacerda)

A motivação no contexto esportivo
Por ADRIANA LACERDA – CRP/05 26267
Psicóloga do Futebol de Base do Clube de Regatas do Flamengo
Psicóloga da Confederação Brasileira de Judô

Para Thomas (1983) motivação define-se por interesse, desejo, instinto, ímpeto e necessidade. É um fenômeno não mensurável mas considerado parte do ser humano baseado nas observações de comportamento e na teoria do comportamento humano. A tentativa de compreensão deste fenômeno implica nos seguintes questionamentos: O que leva um indivíduo a realizar determinada ação? Qual seu objetivo? Segundo o referido autor a ação baseia-se em múltiplos motivos e objetivos.

Em relação ao atleta, entende-se que a execução perfeita de seu movimento está relacionada ao seu nível de motivação. Machado (1997) ao citar a posição de Vanek e Cratty (1990) coloca que o motivo é o que dá início, dirige e integra o comportamento do sujeito. Este se divide em impulso (é o que leva a pessoa à ação) e motivação (que termina ou diminui ao ser atingido o objetivo iniciador do impulso). A motivação é individual e depende tanto das experiências pessoais e traços de personalidade como dos incentivos responsáveis pelo comportamento do indivíduo presentes em determinada situação.

É válido ressaltar que os motivos impulsionam ou repelem de forma diferenciada cada indivíduo e o mesmo se aplica aos atletas. Uma mesma atividade ou exercício pode ser realizado por indivíduos animados por motivos diferentes e variados níveis de intensidade. O incentivo é o estímulo que vai preencher a sua carência. Portanto, para motivar um grupo (seja de pessoas ou atletas) faz-se necessário identificar quais as necessidades de cada componente. Ao contrário do que muitos pensam não se “motiva o atleta”, mas condições devem ser criadas para que seja identificada a necessidade de cada um no alcance de um ou mais objetivos previamente determinados. Concluindo, propiciar um ambiente estimulante e incentivador dependerá principalmente, de uma análise profunda baseada no acompanhamento acerca do contexto bio-psicosocial em que o atleta está inserido.

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