Parceria prevê aulas do esporte para jovens residentes do entorno dos aeroportos administrados pela empresa.
Projeto piloto será instalado no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Belo Horizonte. Em uma década, cerca de 60 mil brasileiros devem ser beneficiados pelo Judoca do Futuro
O presidente da Infraero, Carlos Wilson Campos, e o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderley Teixeira, oficializaram nesta segunda-feira (26/9) o patrocínio da Infraero ao judô nacional. O contrato foi assinado durante reunião do Conselho de Administração da empresa, presidida pelo vice-presidente da República e Ministro da Defesa, José Alencar.
O patrocínio estava acertado ainda antes do Campeonato Mundial, de 8 a 11 de setembro no Cairo, quando o Brasil conquistou o melhor desempenho de sua história na competição, com um ouro inédito (João Derly) e uma medalha de bronze (Luciano Corrêa). A primeira fase do contrato terá a duração de um ano, no valor de R$ 800 mil. Mas, a Infraero pretende manter o contrato de parceria pelo menos até as Olimpíadas de Londres, em 2012.
“A intenção da Infraero e do Governo Federal é perenizar este relacionamento com a CBJ de modo a, juntos, conquistar vitórias importantes tanto para os judocas brasileiros quanto na área social”, diz o superintendente de Comunicação Social da Infraero, Nunzio Briguglio.
O presidente da CBJ também exalta o acordo firmado.
“A parceria com a Infraero é um marco para o judô brasileiro. Vivemos um ano pródigo não apenas esportivamente. Esta é nossa medalha de ouro fora do tatame”, diz Paulo Wanderley.
A parceria vai além do apoio financeiro ao esporte. Em contrapartida, a CBJ vai iniciar aulas da prática esportiva para as comunidades carentes residentes do entorno dos 66 aeroportos administrados pela Infraero.
Ainda neste ano, a Confederação vai iniciar o estudo de viabilidade do projeto em seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Rio de Janeiro, Recife e Petrolina. O projeto piloto será realizado no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Minas Gerais. A expectativa é atender a 1,2 mil jovens por ano, com 200 alunos por cidade. Ao longo de uma década, o projeto deverá atingir cerca de 60 mil brasileiros de sete a 14 anos.
O objetivo do Judoca do Futuro é educar através do esporte, promover a integração social e reduzir a evasão escolar – todos os participantes deverão estar matriculados no ensino regular. Cada cidade terá um atleta da equipe olímpica de judô como padrinho.
“É importante para dar oportunidade a todos que não têm abertura para o esporte. O judô pode se tornar mais popular no Brasil e formar muitos outros campeões. Não só no judô, mas na vida. Esse é o maior objetivo: a inclusão social. Para a seleção, ficamos felizes por este patrocínio nos permitir uma preparação ainda melhor”, diz o gaúcho João Derly, campeão mundial entre os meio-leve no Cairo, eleito ainda o melhor atleta da competição.
O judô é praticado por dois milhões de brasileiros e é o único esporte que há seis Olimpíadas consecutivas traz medalhas para o Brasil. São 12 pódios olímpicos desde 1972 e outros 15 em Mundiais, desde 1971.