Entrevista realizada pela Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro
O técnico Floriano Paulo de Almeida Neto, de 47 anos , especializado em Treinamento pela Universidade de São Paulo e treinador da seleção brasileira feminina de judô nos Jogos Olímpicos de Atenas, da qual está licenciado, tem muitas histórias para contar. Depois de conquistar importantes títulos como atleta, ele está tendo a oportunidade de ensinar técnicas aprendidas ao longo da carreira por meio de material didático em DVD. No curso sobre Judô Infantil, no Rio de Janeiro, ele falará sobre sua experiência com essa faixa etária até chegar ao alto rendimento. Atualmente o pai de Lucas, Raíssa, Tomás e Théo é o técnico principal do Minas Tênis Clube. Nesta entrevista, Floriano, natural de São Paulo, lembra que uma das experiências marcantes de sua carreira foi dirigir equipes de juniores em campeonatos mundiais.
Judô Rio – Como foi o início de sua trajetória no judô e quais as suas principais conquistas no tatami como atleta e, posteriormente, como técnico?
Floriano – Meus pais me matricularam no judô em uma academia em São Paulo e gostei muito desde o início. Fui muitas vezes campeão paulista, brasileiro e vice campeão mundial universitário. Como técnico, estive à frente do Projeto Futuro, em São Paulo, de onde saíram grandes atletas, como Tiago e Luis Camilo, Branco Zanol, Mário Sabino, Fabiane Hukuda, Fúlvio Miyata, Érica Moraes, Denilson Lourenço, Leandro da Cunha, entre outros. Ter conseguido fazer o Minas Tênis Clube sagrar-se campeão do Troféu Brasil 2003 foi muito gratificante.
Judô Rio – Por quanto tempo você esteve no comando da seleção feminina de judô e qual o momento mais marcante dessa experiência profissional?
Floriano – Por quatro anos dirigi a equipe feminina e, sem dúvida, estar orientando um atleta em Jogos Olímpicos é um fato marcante. Porém me deu muito prazer também dirigir equipes juniores em campeonatos mundiais.
Judô Rio – Recentemente você lançou um CD ensinando técnicas de judô. A sua proposta com esse trabalho é ajudar a popularizar o esporte?
Floriano – Sem dúvida, a popularização do esporte é um dos objetivos, mas o maior deles é o de divulgar minha forma de trabalho frente às técnicas.
Judô Rio – Neste fim de semana, você ministrará um curso teórico e prático, no Rio de Janeiro, voltado para o judô infantil. Em que consiste o curso e qual a sua experiência com essa faixa etária?
Floriano – Na verdade, o curso pretende passar um pouco de minha experiência na transição do judô infantil até o de alto rendimento. Não será um livro de receita, apenas uma forma de trabalhar que pode somar as já utilizadas pelos professores. Não tenho a pretensão de ensinar ninguém a trabalhar, e sim dar mais uma opção. Por muitos anos trabalhei com crianças em São Paulo, depois apenas com adolescentes e fui subindo até chegar ao alto rendimento.
Judô Rio – Quais seus planos no judô daqui para a frente?
Floriano – Primeiro não me considero fora da Seleção Brasileira, pretendo continuar na comissão técnica colaborando no que for preciso ou mesmo assumir uma das equipes femininas. E quero dar um impulso no projeto de produzir material didático em forma de vídeos e livros.